Durante a Ditadura Militar no Brasil, as disputas de ideias tiveram importância crucial, considerando a necessidade do regime autoritário de se legitimar, como responsável por “restabelecer” a ordem nacional marcada pela “democracia cristã”. Em meio a este contexto, a Escola Superior de Guerra (ESG) obteve destaque na difusão intelectual de ideias e conceitos para seus estudantes, civis e militares, como forma de prepará-los para apoiar e conduzir as políticas governamentais estratégicas do regime. Este artigo possui como objetivo refletir sobre os fundamentos e valores divulgados pela Escola, em suas publicações acadêmicas, tendo em vista a sua importância na defesa dos “bons costumes” e a preservação da ordem contra a subversão. Como metodologia, optou-se pela recuperação, sobretudo, da edição inaugural da “Revista da Escola Superior de Guerra”, cujo conteúdo almejava relembrar as pesquisas cruciais para a trajetória acadêmica da Escola no seu decorrer. Nesse sentido, houve um enfoque na análise bibliográfica dos artigos publicados que mais ressaltam os ideais do projeto de governo da ditadura. Entre os principais resultados da análise, recuperou-se o papel da ESG como importante canal de difusão intelectual para a Ditadura Militar, ao elaborar, em um maior plano, a concepção ampliada de uma “Doutrina de Segurança Nacional”, e os chamados “objetivos permanentes” do Brasil, estes pilares do projeto de modernização conservadora do regime.