O ESPAÇO PÚBLICO DIGITAL E A DISPUTA PELA MEMÓRIA DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA: COMO PENSAR O ENSINO DE HISTÓRIA DIANTE DENOVOS DEBATES, NOVOS PROTAGONISTAS E NOVAS (IN)VERDADES

O presente artigo analisa a relação entre o espaço público digital e o ensino de História, focando na Ditadura Militar Brasileira (1964-1985). O objetivo é investigar como a Revolução Digital afeta o ensino de História, especialmente diante das novas narrativas e (in)verdades disseminadas, e como a disciplina pode se posicionar criticamente. O método empregado articula a História Digital com a Teoria da História, examinando narrativas sobre a ditadura em plataformas digitais e contrastando-as com a abordagem escolar. Como resultados, observa-se que a internet e as redes sociais democratizaram a produção de conteúdo histórico, mas também geraram desafios como polarização, negacionismo e fake news, acentuados em temas sensíveis como a Ditadura Militar. Constata-se que os algoritmos de redes sociais criam "bolhas", amplificando narrativas emocionais e, por vezes, distorcidas, e, com isso, a veracidade factual se torna secundária. As conclusões apontam para a necessidade de o ensino de História desenvolver uma postura crítica, e de os professores irem além da refutação de informações falsas, capacitando os alunos a compreender a investigação histórica e analisar criticamente conteúdos digitais, diferenciando, por exemplo, história e memória. Na sala de aula, deve-se buscar usar essas narrativas problemáticas encontradas nos espaços digitais e acessadas pelos alunos como ponto de partida para problematizar as diferentes concepções do passado e fomentar o debate crítico.