MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA E ENSINO DE HISTÓRIA: UMA FERRAMENTA PARA O ENFRENTAMENTO DO NEGACIONISMO ASCENDENTE NO BRASIL NA ÚLTIMA DÉCADA

Com a ascensão da extrema-direita no Brasil, percebe-se um crescimento nos discursos que buscam deslegitimar o trabalho histórico e negar os acontecimentos históricos. Essas falas negacionistas abordam principalmente a Ditadura Militar brasileira (1964-1985), passado sensível e marcado por violências físicas e simbólicas, que até hoje não resultaram em uma punição efetiva dos responsáveis. Dentre os principais discursos falaciosos sobre este período estão aqueles sobre os movimentos de resistência, vistos por essa perspectiva como terroristas e subversivos que mereceram o tratamento violento perpetrado pelos militares. Sendo assim, o presente trabalho busca discutir como o Ensino de História pode contribuir no combate a esse falseamento orquestrado pelos grupos de extrema-direita na política brasileira e na internet. Para este objetivo, será feito um estudo de caso sobre a temática da “Resistência na Ditadura Militar” e o seu papel no ensino dos estudantes, apresentando sua historiografia, os discursos negacionistas sobre ela e a sua relevância para o ensino. Considera-se a relevância da resistência ultrapassa a questão da transmissão dos conteúdos e abrange também a capacitação dos estudantes a ler criticamente as informações que recebem a partir da atividade de análise de fontes. Esta habilidade parece ser fundamental para enfrentar os discursos negacionistas nos dias atuais.